sábado, 23 de fevereiro de 2013

Anúncios será que me influenciam?

Toda a vida gostei de ver anúncios.

Lembro-me que quando foi o 25 de Abril as paredes em vez de terem anúncios como os da batata frita Pála-pála passaram a ter cartazes dos partidos e protestos pintados nas paredes. Foi quase um dos marcos que me lembro das mudanças da paisagem urbana.

Os anúncios luminosos no Rossio deixaram de acender e foram-se degradando e a explicação era porque não havia dinheiro para os manter.

Na televisão, sou do tempo do anúncio da Bic que ainda hoje em dia quem o viu ainda o sabe dizer, ou a pasta medicinal Couto, etc.

Quando era pequena faziamos um concurso a ver quem adivinhava que produto o anúncio estava a publicitar. Quem advinha-se mais vezes primeiro ganhava.  Tínhamos dois canais e só víamos televisão a certas horas.
Quando aparecia um anúncio novo era óptimo.

Em crescida olhava para os anúncios já sem qualquer interesse em fixá-los e muitos se ficavam na memória podia não ser pelos melhores motivos.

Quando tive filhos já numa época total de consumo, deparei-me com lavagens ao cérebro das crianças em que os anúncios chegavam a ser repetidos 4 vezes na mesma hora e coisas do género.

Vi um comportamento inacreditável na RTP que no sábado demanhã enquanto dava os bonecos animados resolvia à mistura com os brinquedos, anúncios de filmes para a noite com explosões ou um que nunca mais me esqueci que era o filme do Crime do Padre Amaro em que aparecia a Soraia Chaves despida numa cadeira etc.  Como eu via os bonecos animados com o meu filho, pude mudar o canal.  Repetiram essa graça umas vezes e foi assim que eu assinei o canal Disney. A SIC também fazia algumas graças dessas mas não me lembro de nenhuma em especial. É mesmo de quem não tem a noção ou não quer ter de quando deve anunciar certas coisas.

A forma como os anúncios são distribuídos na rádio e na televisão hoje em dia são muito discutíveis.
Duvido que sejam realmente produtivos, porquê:

- uns tentam fazer lavagem ao cérebro repetindo tantas vezes que até fica-se sem poder com o produto.
- outros são anuncios muito parecidos com produtos da concorrência e a menos que haja alguma mensagem subliminar duvido que alguém retenha a informação.
- agora existe a moda do anúncio que tenta chocar 
- outros que se vê que estão a tentar chegar a outros sectores de mercado que eu já não quero atingir.

Como é o caso do anúncio da MEO em que um rapaz entra no seu quarto e transforma-se para assistir a um concerto de rock. Já não consigo atingir este anúncio.  Acho um anúncio completamente triste e deprimente.  Como se um jovem normal não pudesse assistir e gostar de grupos de música diferentes dele.
Ainda por cima repete imenso.  Não parece ter sido feito pelas mesmas pessoas que tiveram a ideia genial, do elevador transformado numa discoteca no centro comercial das amoreiras ou a série de episódios de Fora da Box.

As televisões queixam-se da crise da receita da publicidade mas também tiveram a sua quarta parte em perder esse mercado.  A gestão dos tempos de publicidade foram geridos com muita ganância e portanto eram tão caros que houve uma altura que só os bancos conseguiam aparecer nas horas mais caras. Às vezes  os anúncios dos bancos eram de seguida.

Hoje em dia os anúncios passaram a ser de hipermercados pois a preocupação é de bens básicos.  O problema é que quando se vê televisão é para distrair, não é para a toda a hora avisarem-nos que há crise e que é preciso poupar.  A choradeira nos anúncios da poupança já é exagero.

Agora o enjoo de supermercados e de anúncios de televisões por cabo e talvez uma marca de carros foi o que eu retive a ver os anúncios.

Em relação aos carros houve dois anúncios que me marcaram:
O Clio encarnado
O volvo "castanho de cor de burro quando foge" 

O anúncio do Clio está muito giro. Várias pessoas dizem que passou e falam de alguma coisa que aconteceu sem percebermos o que aconteceu, ficamos interessados para perceber o que se passou e depois aparece um carro Clio encarnado realçado do resto da paisagem. Foi um anúncio muito bem feito, adorei!

O anúncio da volvo fixei pelo mau gosto.  Não gostei da cor que é a pior que a volvo tem e o modelo não é bonito e para culminar, o anúncio tem dois homens todos muito aparados juntos a ir pelo caminho fora.
Claro que se poderia dizer que são dois amigos mas na verdade quando o vi pensei:  que tristeza a volvo agora está a tentar piscar o olho ao sector de mercado do grupo gay que ganha bem e que até já podem casar.  A história do conceito de família moderno.

Primeiro acho que os gays têm mais gosto do que este carro.

Segundo, os gays acho que qualquer dia ainda vamos ver os gays a protestarem por o mercado os explorar, como aconteceu com as loiras a sair dos carros.

As lojas para homem estão transformadas em roupas todas coloridas e exageradas, é um exagero. Quase que existe um ostracisismo para quem quer vestir a ser sóbrio. Existem muitos gays que não se identificam com esse histerismo da cor.  Mas enfim são modas.

Acho que os produtos quando investem num anúncio, deviam pensar que é mesmo para o cliente simpatizar e gostar de comprar os produtos. Tal como já disse noutro post, às vezes acho que erram a fazer o anúncio conquistar o dono da empresa e não o sector de mercado que querem atingir. Além disso deviam acertar na hora que é suposto o seu sector de mercado esteja a ver TV.

Assim acho que raramente os anúncios hoje em dia conseguem atingir os objectivos.


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