domingo, 13 de janeiro de 2013

Ouvir e seus efeitos, e os efeitos de ouvir

Quem ouve vozes não vê caras e quem vê caras não vê corações.

Quando lemos um livro o nosso imaginário dá uma voz ao narrador; imaginamos os ambientes (através das descrições) e, de certa forma, adaptamos o que lemos à nossa personalidade e vontade, com mais precisão ou menos, consoante o que o autor descreve ou descreveu.

Quando as histórias dos livros passam a filmes, nós comparamos o que lemos com o que foi interpretado no filme, umas vezes achamos que está tal e qual o livro ou nem por isso, consoante o que imaginámos.

Quando ouvimos as vozes na rádio também criamos as nossas imagens, caraterizamos essas imagens com as personalidades que achamos adequadas aquele comportamento e tons de voz.  

Quando ouvimos as pessoas ao telefone também, sem querer, fazemos uma análise à voz e "sentimos" o que a outra pessoa está a sentir ou quer transmitir, como um sorriso, por exemplo.

Quem fala muito ao telefone, e com pessoas diferentes, acaba por criar uma sensibilidade especial para conhecer as vozes, e também, os estados emocionais dessas pessoas, se estiverem atentos.

Podemos ouvir, e talvez, sem querer, o que ouvimos transmite-nos alguma coisa.  Quantas vezes se ouviu alguma coisa à qual não demos importância ou não nos apercebemos (conscientemente) da informação que recebemos:
Uma voz calma,
Uma voz alegre,
Uma voz preocupada,
Uma voz cansada,
Uma voz acelerada e/ou stressada,
Uma voz  de quem está a sorrir.

Reparamos nisto tudo, quem não repara nisto o seu inconsciente acaba por receber a  "mensagem", a rádio é o melhor sitio para se reparar nestas coisas: conforme os programas os locutores têm diferentes atitudes a falar.  

A música fantástica que tem sido produzida ao longo dos séculos faz nos sentir bem, ou mal, e escolhemos ouvi-la conforme o nosso estado mental.

É mágico o que o ser humano faz com o som. É mágico o que o ser humano sente com o som.

Existem músicas que, quando as ouvimos, lembramo-nos de  certos momentos, outras dão nos vontade de  dançar, etc...

O design do som tem sido um assunto que acho muito engraçado (engraçado, porque, eu não sei música, só o que oiço, e mesmo assim não sou nenhuma especialista).  Através do ambiente que se quer, a música é criada para provocar um efeito no ser humano. Mais alegre, mais assustador, mais energico, etc... O design do som é utilizado em filmes, teatro, jogos de computador e em anúncios.

O Marketing é, e tem sido, um dos utilizadores do design do som. É muito engraçado ver quais as músicas ou sons são escolhidos para cada anúncio, o que foi escolhido por quem produziu o anúncio  para vender o produto. A idade que o publico alvo tem é normalmente um dos factores que marca muito o tipo de música escolhida.



2 comentários:

Walter dos Santos disse...

Eu recuso-me a ouvir músicas tristes, por isso mesmo, afeta-me muda-me. gosti do post, tal como todos os outros. Embora não concorde com a questão da sensibildade, eu falo imensas vezes ao telemovel e sou um bruto nessas coisas.

W.

Tatis disse...

É preciso estar atento para ouvir nos telefonemas. Se calhar apartir de agora vai ser diferente.