quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Arquitectos!? Quais os melhores?


Para mim os melhores arquitectos
Têm bom senso
Têm bom gosto
Têm a noção de qual vai ser a funcionalidade da sua construção
Já deram provas de serem bons técnicos por causa das estruturas e conhecer bem os materiais.
Têm a noção de qualidade
Têm experiência de vida

Toda a gente que vive numa casa, consegue perceber as qualidades e os defeitos da sua casa (uns mais do que outros).
Conforme a experiência de cada um a procurar casa e a experiência das casas aonde viveu, vai podendo apurar o que prefere que uma casa tenha.
Daí muitas vezes as pessoas pensarem em construir a sua casa à medida do que querem.

Muitas pessoas avaliam o arquitecto apenas pelo seu gosto ou pela sua popularidade.

Muitas pessoas avaliam o arquitecto pelos materiais de construção que utilizam, se ficam bonitos ou não.
Muitas pessoas com este tipo de avaliação já fizeram muito más escolhas.
Outras vezes já viram tanta coisa má que sabendo o que falha, aceitam as menos más.
Mas não era preciso ser assim!

Principalmente para viver é preciso que a casa tenha umas condições mínimas para dar vazão às necessidades de quem aí habita.

As condições minimas nos tempos que correm em que já se sabe tanto deveriam ser melhores para todos.

Não é por serem caras ou consideradas de luxo que foram bem pensadas.  Este problema atinge todos.

Em Lisboa pelo menos conforme fui conhecendo casas e vivendo noutras, fui sintetizando o que falta normalmente e chego sempre à conclusão que quem projecta e constrói, ou não tem bom senso ou está-se a "ralar", com a continuidade e utilidade dos edifícios.


Quando alguém escolhe o curso de arquitetura quer fazer casas bonitinhas com "muita estética" ou quer realmente fazer a diferença na qualidade de vida das pessoas?

Uma das coisas que se notam de falhas mais prementes:

Falta de sitio para secar roupa (secador não resolve tudo, nem por sombras),
Falta de isolamento de ruído,
Má iluminação,
Má distribuição de espaços de arrumação,
Vidros a mais,
Escolhas que tornam difícil a limpeza da casa,
Já para não falar nos espaços a contar com deficientes.
Muitas escadas na entrada.
etc.

Uma família mais pobre e mesmo remediada, não pode gastar electricidade a secar roupa.  Precisa mesmo de espaço para pôr roupa a secar.  Com o clima que nós temos é inacreditável ser necessário o recurso a energia eléctrica para secar roupa por o arquitecto achar um espaço supérfluo.  Mesmo os secadores de roupa não secam tudo, nem toda a roupa pode ir para o secador.

A minha sugestão e acho mesmo que devia acontecer nos cursos de Arquitectura:

Os jovens para acabar o curso deviam ter de fazer um trabalho sobre a necessidade das diferentes famílias, e tipologias de casas necessárias, para perceberem que não é só a estética que interessa. Teriam de apresentar prova que conheceram mesmo as diferentes casas e famílias e souberam o que corria bem e mal nessas casas.
Julgo que depois de conhecerem na prática estarão muito mais sensibilizados para o que é viver numa casa bem pensada ou não.

Tal como os hotéis e hospitais têm muita coisa standartizada, devia acontecer nas casas em mais coisas do que já acontece hoje em dia.  Não era fazer caixotes, mas a estética só devia aparecer depois da funcionalidade estar garantida.

A vida das pessoas, o seu dia a dia durante anos e anos, pode ser muito mais agradável ou não mediante as escolhas e decisões dos arquitectos. 

Eles deviam ter presente que o objectivo não é serem reconhecidos pelos seus pares. mas sim com a satisfação de quem habita e utiliza os seus espaços projectados.  E o seu reconhecimento será feito em torno de um bom trabalhado apresentado e não de campanhas de marketing constantes.


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