terça-feira, 9 de abril de 2013

Consumir ou gastar?


Após a segunda guerra o conceito era poupar, quando se comprava os produtos era para durarem o mais possível.  Depois veio a explosão do consumo.

No passado recente o conceito passou a ser contrário, da parte do fabricante o ideal era o produto ser menos durador para levar os consumidores a comprar novamente. E portanto os produtos para além de menos qualidade tinham caracteristicas muito marcadas pelas modas de forma a fazer o consumidor se fartar.

O consumidor passou a comprar produtos a toda a hora e o conceito era que se estragasse, comprava um novo.

Os fabricantes dificultaram a venda de peças de substituição o que reduziu a margem de manobra de quem trabalhava na manutenção de equipamentos.

Agora com a crise mundial e muito em particular a nossa, as pessoas estão a cair em si e vão voltar ao razoável uns por necessidade, outros por perceberem que agora tem que se ter mais cuidado com as despesas.

Vemos hoje em dia carros de marcas boas em que era costume os carros durarem muito tempo, agora têm problemas ou travões ou eléctricos e estas situações acontecem um pouco por todas as marcas.

Os carros em geral são fabricados para durar muito menos.

Neste momento tornou-se mais normal querer comprar e não haver em stock.  As lojas só encomendam se já houver uma encomenda e por outro lado as quantidades das encomendas foram reduzidas e portanto não se encontra o que se quer.

Por outro lado na Internet, se quisermos comprar um livro ou roupa em 1 a 3 dias vêm nos entregar a casa a compra sem problemas. Não temos deslocações podemos escolher por imensas lojas na Europa e um pouco mais caro fora da Europa mas conseguimos.  Conseguimos ter o que queremos sem ter que percorrer imensas lojas até conseguir algo parecido com o que gostaríamos e termos que adaptar ao que existe.

Enquanto não houver equilíbrio é muito complicado para o comércio em geral e vai piorar.  As leis do mercado e da concorrência vão alterar-se.

O consumo está muito mais regrado mas as lojas ainda não se ajustaram.  A aposta em bens mais essenciais é o caminho.

Muitos produtos ao longo dos tempos foram variando o seu preço conforme a sua procura e de novo vamos ver alguns produtos a desvalorizarem-se e outros a perderem.

Existe o preço a pagar e o preço que estamos dispostos a pagar e isso tem tendência para se alterar.

A decisão de achar que o preço é certo e portanto concordamos em comprar um produto, vai variando conforme o nosso interesse pelo produto e necessidade.


Os brinquedos eram caros e as crianças tinham poucos em geral, agora com a produção no oriente os brinquedos tornaram-se muito mais acessíveis e vulgarizados o que nem foi muito benéfico.
O vestuário tanto é mais barato como é uma fortuna existe para todas as bolsas.
O calçado com o surgimento da borracha e o plástico alteraram imenso os preços no calçado. Existem para todos os preços.
As peles com os problemas ambientais deixaram de ter tanta procura.
Os diamantes com as cópias e com a história dos diamantes de sangue perderam um pouco o seu brilho.


É preciso pensar que o consumidor vai voltar a procurar produtos duradores e portanto mais simples.

Os próprios fabricantes também deveriam adaptar-se e procurar ir ao caminho dos produtos mais necessários e úteis.

No futuro ficará mais diferenciado a noção de:

Gastar - quando se compra algo supérfluo e com duração curta.

Consumir - quando se compra produtos necessários e procura-se produtos mais duradores.


Também Vitor Gaspar terá de diferenciar o necessário do supérfulo de modo a conseguir que as instituições continuem a funcionar.





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